quinta-feira, 19 de maio de 2011

UNUS MUNDUS - C.G.Jung


C.G.Jung
A pesquisa de Jung em ALQUIMIA e a evolução de conceitos tais como a REALIDADE PSÍQUICA, INCONSCIENTE PSICÓIDE e SINCRONICIDADE levaram-no a introduzir a idéia pré-newtoniana do unus mundus ou mundo unitário. 

Este conceito ou IMAGEM, é usado por Jung para sugerir que cada estrato da existência está intimamente ligado com todos os outro estratos, mais que para postular o fato de que existe um plano transcendente ou supra-ordenado para a coordenação das partes separadas. 

Por exemplo, CORPO e PSIQUE estão inter-relacionados, e a psique e a matéria também podem estar relacionadas.


Usando-se o unus mundus como um conceito operativo para o discurso psicológico, traçou-se uma analogia entre a operação do INCONSCIENTE e o que se conhece como física das partículas subatônicas. Em ambos observamos uma interação e um intercâmbio rápidos das entidades; e em ambos existem padrões e probabilidades a encontrar. Por exemplo, o que a teoria da relatividade nos diz sobre a fluidez e a natureza “simbólica” do mundo físico pode ser comparado com características similares da atividade intrapsíquica. 

Quando o físico admite que alguma coisa pode ser simultaneamente partícula e onda, dele espera-se que assuma uma atitude mais ou menos psicológica com relação a seu trabalho (ver SÍMBOLO). Os físicos buscam uma força subjacente na natureza, talvez uma que unificasse o eletromagnetismo, forças nucleares e a gravidade. 

De modo idêntico, a noção não-einsteiniana de “ação à distância”, em que duas partículas subatômicas distintas se comportam harmonicamente, como se cada uma “soubesse” o que a outra está fazendo, pode ser comparada à teoria dos arquétipos e/ou à operação do SELF transpessoal (ver ARQUÉTIPO).



O unus mundus é uma cosmovisão 
que fica, essencialmente, 
em desacordo com uma explicação causal. 

O enfoque recai sobre as relações existentes entre “coisas”, e não sobre as próprias “coisas”, e, além disso, sobre as relações entre as relações. É necessário lembrar que o unus mundus não é um construto, mas a base para as tentativas de discernir o SIGNIFICADO (ver MÉTODOS REDUTIVO E SINTÉTICO; PONTO DE VISTA TELEOLÓGICO). 

O discernimento exige o envolvimento do EGO e arbítrio pessoal. Uma dependência de códigos, tais com o I Ching ou mapas astrológicos, deve, de acordo com Jung, ser criteriosamente monitorizada. Não obstante, a visão de um mundo unitário, talvez de um mundo permeado por uma inteligência divina, é, até certo grau, uma visão transcendente. 

Hoje em dia fala-se 
de um “misticismo da física” e uma “ordem implícita”,
subjacentes à fragmentação
percebida pela CONSCIÊNCIA comum 

(cf. Capra, 1975; Bateson, 1979; Bohm, 1980).


Nem todos os psicólogos analíticos aceitam a opinião de Jung do unus mundus. O que está perdido é a vitalidade da psique pluralista, que tende a encontrar expressão em “centelhas” ou fragmentos. 

A busca de um projeto geral nos exclui daquilo que se pode obter a partir de um investimento emocional e imaginativo pleno em tais fragmentos, e de uma exploração dos mesmos (Hillman, 1971). O uso, por Jung, do unus mundus como uma defesa contra sua própria ansiedade intensa também foi sugerido (Atwood and Stolorow, 1979).
APRESENTAÇÃO DA RUBEDO:
http://www.rubedo.psc.br/dicjung/aprerubd.htm
A parceria da Rubedo com Andrew Samuels se expressa na tradução 
de seus textos e entrevistas ( disponíveis no site), se confirma em pequenas palestra
realizada no Rio de Janeiro e se presentifica neste projeto em comum:
a edição eletrônica do Dicionário Crítico de Análise Junguiana.
          Carlos Bernardi
          Marta Maria Sardinha Chagas
          Marcus Vinícius Quintaes
Fonte:
Dicionário Crítico de Anáse Junguiana
Rubedo
http://www.rubedo.psc.br/dicjung/verbetes/funtrans.htm
www.rubedo.psc.br
Sejam felizes todos os seres. Vivam em paz todos os seres.
Sejam abençoados todos os seres.

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